domingo, 2 de setembro de 2012

"THE BRAZILIAN BITLES"


The Brazilian Bitles é uma das bandas mais emblemáticas e menos reconhecidas do rock brasileiro. Tanto pelo nome, quanto pelo repertório é diretamente vinculada à beatlemania e à Jovem Guarda. De fato, a banda foi uma das primeiras a introduzir o som dos Beatles na cena carioca. Também fizeram sucesso com uma inusitada versão pop de “Gata” (Wild Thing - Troggs/Jimi Hendrix). Mas, The Brazilian Bitles foi mais do que apenas uma banda cover. Em seu repertório estão presentes raras pérolas do melhor rock dos anos sessenta, permeadas de climas modernos, garageiros e psicodélicos, como ‘Dedicado a quem amei’, ‘Deixe em paz meu coração’, ‘Preciso seguir’ e ‘Decisão’.

A história da banda começa em 1965, quando o guitarrista Vitor Trucco e o cantor e guitarrista-base Jorge ainda tocavam no The Dangers, uma das inúmeras bandas de garagem do Rio de Janeiro. A banda se apresentava na televisão - no Cabal 9, especialmente - e em clubes, às vezes acompanhada de um cantor chamado Ely Barra. Um dia, Ely, mais o baterista Luiz Toth, junto com o paulista recém chegado Fábio Block convidaram Vitor para formar uma banda nos estilo dos Fab Four. Assim, estava formada The Brazilian Bitles, com Luiz Toth (bateria), Fábio Block (baixo e, depois, guitarra), Eliseu da Silva Barra (cantor e teclados), Vitor Trucco (guitarra solo e, depois, baixo) e Jorge Eduardo de Almeida (voz e guitarra-base). Em 1968, Luiz Toth, Fábio Block e Ely Barra deixaram a banda, entrando Ricardo, ex-baterista dos The Bubbles, e Rubens, ex-integrante do grupo uruguaio The Innocents,
na guitarra solo e novos vocais.

The Brazilian Bitles estreiou apenas quatro dias depois, na boate “La Candelabre, com grande estardalhaço de mídia, por conta do empresário da nova banda, Glauco Pereira. O sucesso foi imediato, devido a música - o repertório refinado trazia Beatles, Rolling Stones, rock clássico (Chuck Berry, Little Richard) e outras novidades da “invasão inglesa” - e ao visual da banda, que já usava cabelos compridos. No dia seguinte, a banda estava nas páginas dos jornais como grande novidade da cena carioca, e daí para a televisão foi um pulo, onde apresentavam o programa “BBC - Brazilian Bitles Club”, na TV Excelsior, do Rio de Janeiro.

O programa, que ia ao ar nos sábados à tarde, fez grande sucesso, chegando a segundo lugar nas pesquisas de audiência, e serviu de vitrine para divulgar diversos artistas que vieram a consagrar-se posteriormente. “Eles foram as pessoas que me puseram nisso”, disse Ronnie Von a Senhor F, reconhecendo o papel dos Brazilian Bitles não apenas na divulgação da “beatlemania”, mas também dos novos intérpretes e conjuntos cariocas. Em seguida, gravam seu disco de estréia, abrindo caminho para uma carreira que durou até 1969, incluindo diversos compactos, mais dois LPs, outros sucessos nas paradas, como “Não Tem Jeito” (versão de Rossini Pinto para “Satisfaction”, dos Rolling Stones) e centenas de apresentações ao vivo país afora.





domingo, 19 de agosto de 2012

"RED SNAKES"


Houve uma época, no Rio, em que os Red Snakes reinaram quase que absolutos no circuito de bailes do Grajaú, Tijuca e arredores. Nessa região da cidade, desfrutaram de fama equivalente, ou até mesmo superior, às duas bandas mais famosas de então: os Analfabitles, eternos rivais, e a energética The Bubbles. Mas, menos de um ano depois do lançamento do seu melhor disco, o terceiro e ótimo Trying To Be Someone (de 1969), e depois de uma rotina inalterada de shows ao longo dos cinco anos de sua existência, deram por finda a sua história.
Tudo começou na casa dos irmãos Ronaldo e Renato Bakker. Era lá que se reuniam os amigos de rua, a rua Gurupi, localizada no arborizado e aprazível bairro do Grajaú, Zona Norte do Rio. Em meio às brincadeiras típicas da adolescência, quando falavam de música, o que era freqüente, o faziam com a seriedade de gente adulta. O universo musical era outro, não era apenas uma variante eventual daquelas brincadeiras de garoto de 10, 12 anos. Com o endosso dos pais, seu Godescardo e dona Iraci, cantores diletantes e apaixonados por música, os meninos decidiram formar um conjunto instrumental inspirados pelos norte-americanos Ventures e pelos brasileiros Jet Blacks. Foi quando surgiu o Red Snakes, liderado por Ronaldo, um menino de 12 anos de idade. Com ele na guitarra solo e bandolim, seu irmão Renato, quase dois anos mais novo, na guitarra ritmo, Hélcio José, no baixo, Ricardo, no órgão e escaleta, e Carlos Henrique, o mais velho de todos, com 14 anos, na bateria, os Red Snakes estavam prontos para estrear. 1966 estava apenas começando.
Geraldo Trindade, dono de uma pequena gravadora, cujos discos eram vendidos principalmente através de catálogos enviados pelo correio, gostou da banda, que viu num desses shows, e a contratou para gravar um disco para a sua etiqueta, a Getrim. Numa única sessão, como se fosse ao vivo, sem direito a tomadas extras e muito menos overdubs, a banda registrou 12 temas instrumentais que perfizeram o seu primeiro LP, intitulado Jovem Brasa. Nele, o ouvinte se deparava, por exemplo, com temas de filmes (O Dólar Furado, Thunderball, Un Homme et Une Femme, Born Free), romantismo ( Temas Para Jovens Enamorados), música francesa ( T’En Vas Pas) e sucessos recentes como Winchester Cathedral, do New Vaudeville Band, e Bus Stop, dos ingleses The Hollies. Lançado em 1966, o disco retratava com fidelidade o momento musical vivido pelo grupo, estampado em foto, com uniforme e tudo, na contracapa do LP.
Ainda que o disco tenha sido gravado às pressas, resulta evidente que os jovens músicos ainda careciam de amadurecimento. Mesmo assim, vendeu bem, tão bem que Geraldo Trindade os convocou novamente para registrarem outro LP, o que foi feito no ano seguinte, em 1967, quando Jovem Brasa 2 foi editado. Tal como o título, Jovem Brasa 2 é uma mera continuação do estilo empregado no primeiro disco, com a banda deslizando sua sonoridade através de canções românticas (Love Is A Many Splendored Thing, Tudo Morreu Quando Perdi Seu Amor), sucessos internacionais (Sunny, There’s A Kind of Hush) e MPB ( Tributo À Martin Luther King). No entanto, pouco tempo após seu lançamento, a banda percebeu que já era hora de dar uma guinada à procura de um estilo mais condizente com o atual universo do pop/rock internacional. Afinal, “Sgt. Peppers”, dos Beatles, já dera às caras, marcando o inicio de uma notável revolução musical da qual os Red Snakes queriam se aproximar. O primeiro passo foi reformular a própria banda: sairam o baterista Carlos Henrique, cujo estilo não agradava muito a Ronaldo, e o baixista Hélcio, e entraram Dirceu (baixo) e Antonilton (guitarra), passando Renato para a bateria. Em seguida, a providência imediata foi a de abandonar o velho estilo predominantemente instrumental, que já soava anacrônico, e explorar ainda mais canções à base de vocal, que eles pouco à pouco vinham inserindo em suas apresentações, com reforço de uma base sonora mais consistente. Então, ao lado de temas dos Beatles, Dave Clark Five, Herman’s Hermits, entraram rocks mais pesados, até então evitados pelo grupo, extraídos dos discos do Steppenwolf, Rolling Stones e, mais tarde, até do power trio Cream, de Eric Clapton, Jack Bruce e Ginger Baker. Também incorporaram obras pouco conhecidas de gente como os Young Rascals e Brooklin Bridge. Quanto aos temas mais suaves, Mr. Diengly Sad, essa bela melodia dos Critters, era uma das mais constantes.
E foi em 1969, ano de tremenda ebulição na carreira dos Red Snakes, que eles tiveram uma nova chance de gravar mais um LP, desta vez para a Equipe. Com sua última formação, que incluia Marcinho, nos teclados, em lugar de Maurício, os Red Snakes gravam o LP que viria a se chamar Trying To Be Someone nos estúdios Havaí, no bairro central da Saúde. Pela primeira vez a banda deixou escoar, através das fitas magnéticas, composições próprias. Foram cinco delas, todas de Álvaro, sendo uma em parceria com Dirceu e outra com Marcinho. E todas no idioma de Lennon & McCartney. Entre os covers, as velhas Slow Down (de Larry Williams) e Bye Bye Love (que os Everly Brothers tornaram famosa), a bela e desconhecida Onie, o blues pesado de Born Under A Bad Sign, e mais Chester Fever e Welcome My Love. Nesta última o destaque fica por conta do excelente vocal da banda que faz lembrar as melhores interpretações do Fifth Dimension, Association, Orpheus e grupos vocais da época do flower-power californiano.
Gravado em quatro canais e usando o melhor em instrumentos musicais, incluindo um órgão Hammond B-3 acoplado em caixa Leslie, os Red Snakes fizeram um disco delicioso, caprichado, surpreendente e recheado de bons momentos, sobretudo quanto às composições originais. Com exceção de You Make Me A Fool, de Álvaro e Dirceu, um funk que mistura James Brown com Archie Bell and The Drells, com direito a riffs repetitivos de guitarra e baixo pulsante e firme, as demais (Trying To Be Someone, Please Come On And Hold Me, I’ve Been Just A Little Boy e Pehaps Someday, esta de Álvaro e Marcinho) são melodias bem cuidadas, envolventes, guiadas, como sempre, pelo excelente vocal da banda. Infelizmente, poucos conheceram o disco. Nem com a ajuda do eterno Big Boy, que elogiou o trabalho deles em seu programa, suas canções alcançaram a simpatia dos programadores de rádio, “sobretudo porque eram cantadas em inglês”, diz Álvaro.Do LP, somente Trying To Be Someone e Pehaps Someday foram incorporadas aos shows, cada vez mais adornados de projeções psicodélicas.



domingo, 22 de abril de 2012

"OS SELVAGENS"



Formada em 1965 pelos irmãos Leonardo e Mário Carion, junto com Hilton Ribeiro e Edgard Borges, tocavam nos bailes por todos os clubes do Rio de Janeiro.
Nos saudosos tempos da jovem guarda, a juventude só ouvia e comentava sobre
BEATLES, ROLING STONES, as duas bandas internacionais mais expressivas da época,
e o trio que comandava o maior movimento da juventude brasileira,
ROBERTO CARLOS, ERAMOS CARLOS e WANDERLÉIA,
além de outros que se tornaram ídolos do movimento.
Em 1969, no Rio de Janeiro, na gravadora CBS (mais especificamente a “EPIC” etiqueta da CBS)
o produtor musical ROSSINI PINTO, um dos componentes da banda naquela época,
conduziram o grupo musical para um real profissionalismo com a finalidade de gravar músicas inéditas e versões em seus discos. Aparecem aí então os novos “OS SELVAGENS”,
que neste mesmo período contaram com a participação de dois grandes nomes de nossa MBP,
“Hyldon” e Michael Sullivan”

.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

"THE BUTTONS "


Os Botões na verdade eram uma derivação do grupo The Snakes, que foi formado em 1963 na Vila Califórnia em SP, por: Alaor (baixo), Evandes e Carlão
(guitarras solo),Milton (guitarra base) e Nelson na bateria.
Tratava-se de um grupo instrumental que se apresentavam tocando exclusivamente musicas dos The Ventures e The Shadows.
Por volta de 64/65 o grupo mudou a formação saindo Evandes e Milton e entrando Sidney nos teclados e Carlinhos na guitarra base, mudando o nome e o estilo para,
Os Botões, passando a tocar Beatles e os sucessos das rádios nos shows e bailes.
Essa formação perdurou até 1970 quando gravaram com o nome de The Buttons um compacto com a musica Whispering, e em seguida um LP. Logo após a gravação foi a vez do Alaor sair do grupo para seguir sua carreira de empresário, (pra quem não sabe, o Alaor é fundador da Snake e Ookipik, quem não lembra dos aparelhos, falantes e guitarras fabricadas por ele) nesse ponto o Carlinhos assumiu o baixo e a banda seguiu com quatro músicos. Em 71 sai o Nelson da bateria para a entrada de Eduardo
(Transa som) que ficou pouco tempo dando lugar ao grande baterista Marinho Thomas, nessa época o grupo chegou a gravar com o nome de The Union, porém só obtiveram sucesso em 73 quando gravaram um LP com a musica Me and You já com o nome
“Dave Maclean” que foi tema da novela da rede globo - Ossos do Barão.
Em 74 novas mudanças, saem Carlinhos e Sidney e entram: Mario testoni nos teclados e João Alberto no baixo. Com essa formação gravam um Lp com a musica We Said Goodbye que foi um enorme sucesso. Neste ponto acontece a mudança definitiva, Carlão passa a seguir sua carreira solo como Dave Maclean e João Alberto, Mario Testone e
Marinho Thomas se juntam ao Casa das Maquinas.