Os Anos 60 no Brasil



Musicalmente a década de 60 foi a mais rica em termos de estilos inventados,
o rock and Roll ganha crescente popularidade no Brasil e no mundo,
associando-se ao final da década à rebeldia política.
No início da década o rock recebeu no Brasil o nome de iê-iê-iê,
uma livre tradução do refrão da música She Loves You, dos Beatles:
"She Loves You, Yeah, Yeah, Yeah!".



Acontece então o surgimento de grupos instrumentais como The Jet Black's,
The Jordans e The Clevers (futuros Os Incríveis),
e do cantor Ronnie Cord, que lançaria dois "hinos":
a versão "Biquíni de Bolinha Amarelinha" e a rebelde "Rua Augusta".
Até que surge um capixaba que se tornaria o maior ídolo do Rock Nacional
dos anos 60 e, posteriormente, o maior nome da música brasileira:
Roberto Carlos, que emplacou dois hits em 1963: "Splish Splash" e
"Parei na Contramão". No ano seguinte, obteve mais sucessos como
"É Proibido Fumar" (mais tarde regravada pelo Skank) e "O Calhambeque".




Aproveitando o sucesso,em 1965 a Rede Record lançou o programa Jovem Guarda, apresentado por Roberto ("Rei"), seu amigo Erasmo Carlos ("Tremendão")
e Wanderléa ("Ternurinha").




Só nas primeiras semanas, atingira 90% da audiência.
O programa de tevê acaba gerando o movimento com o mesmo nome,
onde os jovens tiveram pela primeira vez um espaço,
lhes permitindo uma identidade própria,
pois foi a primeira vez que se era dedicada aos adolescentes
uma parte do cenário cultural.



Seguindo o sucesso da Jovem Guarda, surgem entre outros, Renato e seus Blue Caps, Golden Boys, Jerry Adriani, Eduardo Araújo e Ronnie Von, que tinham seu som inspirado nos Beatles (o gênero apelidado "iê-iê-iê") e no rock primitivo.



A Jovem Guarda também levou a todo tipo de produto e filmes como Roberto Carlos em Ritmo de Adventura (seguindo a trilha de A Hard Day's Night e Help! dos Beatles).



Apesar disso, os artistas da MPB "declararam guerra" ao iê-iê-iê da Jovem Guarda, chegando a um protesto de Elis Regina, Jair Rodrigues, entre outros,
conhecido "Passeata contra as guitarras elétricas".
O programa terminaria em 1968, com a saída de Roberto Carlos.
Em 1963 surge o Clube da Esquina, importante conjunto musical mineiro,
com Milton Nascimento e os irmãos Borges.



Em 1965 Elis Regina interpreta arrastão de vinícius
de Moraes e Edu Lobo, e com isso surge a MPB, ou Música Popular Brasileira,
no Festival de Música Popular Brasileira da TV Record.



Em 1966, Chico Buarque se revela ao público brasileiro com a canção,
"A Banda", interpretada por Nara Leão, durante o Festival de
Música Popular Brasileira, transmitido pela TV Record,
(a canção empata em primeiro lugar com "Disparada" de Geraldo Vandré).







Surge o Movimento Tropicália, em 1967.



Com Caetano Veloso e Gilberto Gil,
além de Os mutantes:Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, Tom Zé e Torquato Neto.
com seu deboche e som inovador. Em 1967, a dupla Caetano Veloso e Gilberto Gil faria as canções "Alegria, Alegria" e "Domingo no Parque",
apresentadas no III Festival da Rede Record.
No ano seguinte, o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
fascinou a dupla, levando a apresentações vaiadas em
festivais de Record e Excelsior, e ao álbum coletivo Tropicália
ou Panis et Circensis, com Mutantes, Gal Costa, Tom Zé, Torquato Neto,
Capinan, Rogério Duprat e Nara Leão, considerado um dos melhores
álbuns brasileiros da história.




Os Mutantes também criariam carreira grandiosa, com álbuns elogiados a
partir de 1968 e chegando a influenciar Kurt Cobain, do Nirvana.
O grupo começaria a se desmanchar com a saída de Rita Lee, em 1973.